maio 12, 2011

Larus

2003 foi o ano em que pela primeira vez toquei no Larus. O palco ainda era móvel, cada quinta se tocava num lado diferente do bar e o som, putz, o músico tinha que tirar leite de pedra pra fazer sair legal. 
Eu cheguei com o violão nas costas, um eagle de cordas de nylon que eu juntei grana pra comprar trabalhando de garçom quando tinha 15 anos, encontrei então com o Renato e disse pra ele "tudo bem? Meu nome é William Tavares e gostaria de dar uma canja aqui no bar pra te mostrar meu trabalho." Ele me cumprimentou muito sorridente - como sempre - e disse então pra eu subir e tocar um pouco. Não lembro bem que dia era da semana, só sei que era verão e tinha um certo movimento. Ao terminar deixei o número do meu telefone e peguei o dele. Pouco tempo depois comecei a tocar com certa frequência e nunca mais parei. 
Nesses 8 anos, o Larus foi um lugar que sem dúvida me ajudou muito como músico e como pessoa. Lá conheci minha esposa, bebi com os amigos, curti alguns dos melhores shows da minha vida (abri muitos deles), foram lá algumas das minhas melhores apresentações, comi entrecots divinos com batatinha alemã e arroz, tive conversas que motivaram a diversas decisões importantes, comemorei aniversários, vi até arvores caindo enquanto tocava lá...
Hoje o Larus tem isolamento acústico, ar condicionado, palco fixo, operador de som, telão, etc.
Fora toda essa evolução material, o que mantém essa casa tão alto astral é sem dúvida a equipe que trabalha lá. Se de repente os garçons começarem a dançar enquanto eu toco um samba não se assuste, aproveite e levante pra dançar também! Como disse o Renato em algumas ocasiões especiais que eu tive o prazer de participar, "o que faz o Larus são vocês!" (referindo-se a sua equipe) e é verdade!
Tenho um carinho muito especial por esse lugar e pelas pessoas que fazem parte dele.
E até o próximo show no Larus!